quarta-feira, 24 de junho de 2009

Vacaciones en Chile - Cuarto día...

Esse era o dia mais esperado da viagem... subir o vulcão Villarica. Acordamos bem cedo para tomar um café-da-manhã reforçado, preparar o lanche, colocar o equipamento e sair do hostel às 7:00 rumo ao vulcão. Estava muito frio, então coloquei uma meia-calça bem grossa, uma legging, a calça jeans e por cima de tudo isso a calça para neve, além disso na parte de cima tinha uma segunda-pele, uma blusinha, duas blusas de lã, um casaco e a jaqueta para neve, fora gorro, cachecol e luvas (um par de lã e um para neve). E para dizer a verdade, enquanto estávamos no carro, eu ainda estava com um pouco de frio.
O céu estava nublado e o guia nos alertou que se o vulcão estivesse também com nuvens, não poderíamos subir. Chegando à base do Vilarrica veio a boa surpresa: todas as nuvens estavam abaixo de nós. E o visual do amanhecer com todas aquelas nuvens formando um tapete, só estando lá (claro que tiramos fotos para dar uma pequena idéia do que foi).
Nessa época o vulcão quase não tem neve, mais da metade do caminho é feita num solo com pedras e uma terra que parece areia. A primeira parte do caminho pode ser feita de teleférico durante a temporada, mas nessa época o teleférico fica desligado o que é uma pena já que foi a parte mais difícil pra gente. Começamos a subida e o esforço físico de caminhar morro acima com aquele chumbo nos pés foi dando um calor danado. Minhas quinhentas camadas de roupa já não faziam sentido nos primeiros 10 minutos e eu tive que dar uma paradinha para retirar alguns agasalhos.
Claro que o total sedentarismo associado ao fato de que só respiro pela boca, faziam com que a subida não fosse nada tranquila, a respiração fica difícil nessas horas. Apesar do calor, o ar é muito gelado e eu sentia meu pulmão ficar frio, é uma sensação bem estranha.
Logo na primeira parte já achei que não conseguiria chegar nem na região do glaciar (neve mesmo quase não tinha, era mais gelo). E se não fossem nossos guias (Germán e Michael) nós não chegaríamos mesmo, o tempo todo eles nos incentivaram a continuar. Ao término da primeira etapa fizemos uma paradinha para comer um lanche, a vista era linda. Nessa parada podíamos avistar a Capela que é um resquício de um teleférico destruído por uma erupção na década de 70.
Continuamos ainda pela terra, meu fôlego e a perna do Rafa implorando para que parássemos, com o objetivo de pelo menos chegar na interface da terra com o gelo. Foi bem difícil pra gente, o que é vergonhoso para duas pessoas da nossa idade e sem problemas de saúde (isso que dá não fazer nenhum exercício físico). Ao término dessa segunda etapa chegamos no início do gelo e ali paramos de novo para descansar um pouco (num platô chamado La Pinguinera), o visual cada vez mais incrível. Quando achamos que não dava mais, o Michael falou que podíamos caminhar um pedaço relativamente curto no gelo e assim nos convenceu a prosseguir até o Tubo (El Tubo é também parte de construção da estação de esqui que sobrou da erupção).
Colocamos os crampons nas botas (um treco estranho de metal com pontas, que fica na sola da bota para fixar melhor no gelo) e seguimos. Foi muito legal andar pelo gelo, ainda bem que não paramos antes. Essa parte nem era tão cansativa, mas como já estávamos acabados a essa altura (literalmente, se não me engano já estávamos a 2.400 m de altitude) sabíamos que estávamos no nosso limite (na verdade já tínhamos passado dele um pouco). Paramos quando chegamos no Tubo e ficamos lá por um tempo, curtindo a paisagem e aquele momento único. Como não era temporada, e os outros grupos já estavam quase no cume, não se via ninguém pelo vulcão, é uma sensação indescritível estarmos só nós ali, três pessoas (o Rafa, eu e o guia) naquela enormidade de terra e gelo. Depois de algum tempo de contemplação tivemos que iniciar a descida (que pena!).
Um pouco mais abaixo o Michael nos levou até umas formações de gelo, foi uma das visões mais bonitas da viagem. O gelo apresentava formas bem peculiares e foi bem legal poder estar lá.
O resto da descida foi tranquila, mas a terra estava muito fofa e cada passo dado valia por três graças ao tanto que escorregávamos. Claro que acabei tomando um tombo o que é motivo pro Rafa rir da minha cara até hoje. No entanto, chegamos sãos, salvos e muito felizes.
Mas o dia não terminou por aí. Depois dessa pedreira, descansamos um pouco no hostel e resolvemos relaxar numa terma que abre durante a noite. Ficamos das 20:30 até as 23:30 nas Termas Los Pozones, um lugar lindo com 5 poços de águas quentes com diferentes temperaturas. Os poços são rodeados por pedras, é um ambiente bem rústico. Começamos do poço menos quente, levamos um bom vinho tinto e aproveitamos para relaxar bastante nas águas. O duro era ir de um poço para o outro, sair de um temperatura de 30 graus para uns 3 graus que fazia lá fora. Mas foi muito bom. Relaxamos tanto que foi difícil esperar chegar até a cama para poder dormir.

Pra ver as fotos é só me mandar um e-mail solicitando a autorização.

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